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  • Foto do escritorSolange Soares

[# 08] Parte 1: Como focar no que realmente importa - mentalidade essencialista

Atualizado: 30 de jun.


Setas apontando para várias direções

Você se sente sobrecarregada(o)? Já se sentiu com excesso de trabalho e subutilizada(o) ao mesmo tempo? Você sente que está constantemente ocupada(o), mas sem realizar coisas significativas? Já se sentiu frustrada(o) por não ter tempo para as coisas que realmente importam? Considera-se ocupada(o), mas não produtiva(o), como se estivesse sempre em movimento, mas sem chegar a lugar nenhum?


Se você respondeu sim a alguma dessas perguntas, você não está sozinha(o).


Durante muito tempo, eu me senti assim: vivia ocupada, mas no final do dia a sensação era de que não tinha produzido muita coisa e, pior ainda, tinha cada vez menos tempo para passar com a minha família ou fazer as coisas que eu gosto. Foi então que conheci o livro “Essencialismo: A disciplinada busca por menos”¹, escrito por Greg McKeown.


A filosofia essencialista me ajudou a organizar melhor minha rotina e a ser mais criteriosa quanto aos compromissos que assumo, investindo energia no que é realmente importante para mim. Para te ajudar o focar no que realmente importa eu criei uma série com 3 artigos sobre o essencialismo. Nesta primeira parte eu te apresento a proposta de valor e a forma como uma pessoa essencialista pensa. Na parte 2 veremos o método essencialista, as etapas para você aplicar a busca disciplinada por menos em qualquer situação. E na terceira e última parte veremos como aplicar esses conceitos na liderança. Espero que seja útil para você.


Boa leitura!


 

Proposta de valor do essencialista


Um executivo do Vale do Silício, ficou sobrecarregado após a aquisição de sua empresa por um grupo maior. Determinado a se sair bem, ele aceitou muitos pedidos, resultando em um dia repleto de tarefas e reuniões que aumentaram seu estresse e diminuíram a qualidade de seu trabalho. Desapontado consigo mesmo, recebeu uma oferta de aposentadoria precoce, mas não queria parar de trabalhar. Pensou em abrir uma consultoria, mas não se sentiu atraído. Ao procurar um coach, recebeu um conselho surpreendente: agir como um consultor, focando apenas no essencial e ignorando o resto sem revelar a mudança a ninguém. O executivo seguiu o conselho e começou a dizer não.


Primeiro, ele avaliava pedidos com base na sua capacidade de atendê-los com os recursos disponíveis:

“Será que consigo atender a esse pedido com o tempo e os recursos de que disponho?”

Quando a resposta era negativa, ele recusava a solicitação. Surpreendentemente, as pessoas respeitavam sua franqueza.

Depois, ele passou a analisar pedidos perguntando se eram a coisa mais importante que ele deveria fazer no momento:

“Essa é a coisa mais importante que eu deveria fazer com meu tempo e meus recursos neste momento?”

Se a resposta não fosse um sim categórico, ele não executava a tarefa, ganhando ainda mais respeito.


Ele aplicou essa seletividade a tudo, evitando tarefas e reuniões desnecessárias, focando em um projeto de cada vez e melhorando a qualidade do seu trabalho.

A princípio, a atitude do executivo parecia individualista, mas ao ser seletivo, ele ganhou mais espaço e encontrou liberdade criativa. Concentrando-se em um projeto por vez, planejava meticulosamente, previa barreiras e removia obstáculos. Em vez de tentar fazer tudo, focava apenas nos itens essenciais, o que melhorou a qualidade do seu trabalho. Em vez de se dispersar, ele deu um grande impulso em direção ao que realmente importava.

Essa abordagem aumentou sua eficiência e qualidade de vida, permitindo-lhe aproveitar mais tempo com a família e atividades pessoais. Seu desempenho profissional melhorou significativamente, resultando em um dos maiores bônus de sua carreira.


Essa história ilustra a proposta de valor do essencialismo: ao parar de tentar fazer tudo e dizer sim a todos, é possível oferecer nossa contribuição máxima ao que realmente importa.


Na imagem a seguir, você pode ver a diferença entre o caminho do essencialista e o caminho do não essencialista:

Dois círculos com a palavra energia escrita no centro de cada um deles, o da esquerda com setas pequenas apontando para várias direções e o da direita com uma seta maior apontando para uma direção

Em ambas as imagens, o esforço é o mesmo, mas com resultados diferentes. Na imagem da esquerda, a energia é dispersa em muitas atividades, resultando em pouco progresso em várias direções. Na imagem da direita, a energia é focada em uma única atividade, resultando em um avanço significativo naquilo que mais importa.


“O essencialismo não trata de fazer mais; trata de fazer as coisas certas. Também não é fazer menos só por fazer menos. É investir tempo e energia da forma mais sábia possível para dar sua contribuição máxima fazendo apenas o essencial.” - Greg McKeown


 

Mentalidade básica do essencialista


1. Podemos escolher onde aplicar nosso tempo e nossa energia

Se não fazemos escolhas, não faz sentido falar em abrir mão de alguma coisa em troca de outra. Tornar-se essencialista exige a conscientização da capacidade de escolher. Precisamos reconhecê-la como um poder invencível dentro de nós, que existe separado e distinto de todas as outras coisas, pessoas ou forças.

Não essencialista

Essencialista

“Tenho que fazer”

“Escolho fazer”

Abre mão do direito de escolher

Exerce o poder de escolha


2. Quase tudo é ruído; pouquíssimas coisas têm valor excepcional

Essa é a razão para investir tempo em descobrir o que é mais importante. Como algumas coisas são extremamente valiosas, vale a pena o esforço de identificá-las. O essencialista demora para explorar todas as opções, pois o investimento adicional se justifica: algumas coisas são tão importantes que compensam dez vezes o esforço investido para encontrá-las. Em outras palavras, o essencialista avalia mais para fazer menos.

Não essencialista

Essencialista

Acha que quase tudo é essencial

Acha que quase tudo é não essencial

Vê as oportunidades como praticamente iguais

Distingue as poucas oportunidades vitais das muitas triviais


3. Não podemos ter tudo nem fazer tudo

Assim que aceitamos que é preciso abrir mão de algo, paramos de refletir sobre: “Como conseguir fazer com que tudo dê certo?” e passamos a fazer a pergunta mais significativa: “Que problema quero resolver?”

Não essencialista

Essencialista

Pensa: “Posso fazer os dois”

Pergunta: “O que posso ceder para ganhar na troca?”

Pergunta: “Como fazer tudo?”

Pergunta: “Em que quero investir tudo?”


¹ O link é da Amazon, parceira do meu blog.

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